Imagem: X/ @NATO
O aguardado ingresso da Suécia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) nesta quinta-feira (7/3) marca uma mudança significativa em sua política de defesa, encerrando dois séculos de não alinhamento oficial. O primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, formalizou a adesão durante uma cerimônia em Washington, entregando os documentos de ratificação ao secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, após intensas negociações com os outros 31 membros da aliança militar.
Essa decisão é encarada como uma resposta aos desafios geopolíticos atuais, especialmente diante do conflito em curso na Ucrânia e da crescente ameaça russa aos países bálticos e escandinavos. A Suécia, juntamente com a Finlândia, lançou sua candidatura para integrar a OTAN em maio de 2022, após a invasão russa da Ucrânia. A adesão sueca, assim como a da Finlândia anteriormente, reflete a percepção de que a segurança coletiva é melhor garantida por meio de alianças internacionais robustas.
No entanto, a decisão da Suécia não veio sem controvérsias. A pressão da Turquia, país que tem opiniões desalinhadas com a maioria dos membros da OTAN (falaremos disso futuramente neste blog), e que exigiu recentemente ações contra militantes curdos na Suécia, atrasou o processo de adesão. Além disso, a aprovação final foi retardada devido a questões políticas na Hungria, evidenciando a complexidade e os obstáculos enfrentados pelos países ao ingressarem em alianças militares internacionais.
Os próximos passos para a Suécia incluem a integração efetiva na estrutura decisória da OTAN, onde terá voz e voto em igualdade de condições. Isso marca uma mudança significativa para um país que historicamente adotou uma política de não alinhamento. Mas não é apenas a Suécia que ganha com esse acordo. Espera-se que a presença sueca na aliança contribua não apenas para sua própria segurança, mas também para a estabilidade e a segurança estratégica da região do Mar Báltico e da Europa como um todo.
Embora a decisão de ingressar na OTAN tenha sido controversa e exigisse compromissos difíceis, uma pesquisa recente mostrou que a maioria dos cidadãos suecos acredita que os benefícios de segurança superam os sacrifícios necessários. Isso sugere um amplo apoio público à adesão da Suécia à OTAN, apesar das complicações políticas e diplomáticas associadas a essa mudança de política de defesa, principalmente em relação a Moscou.